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Este Destaque Rural pretende analisar as razões da persistência e agravamento da pobreza e das desigualdades sociais, das assimetrias territoriais entre províncias, entre o Sul e o Norte de Moçambique, e entre o meio rural e as cidades. Esta realidade acontece onde cerca de 70% da população vive no meio rural e cujos rendimentos provêm em mais de 70% da agricultura. A desnutrição crónica e aguda não recua significativamente. Os índices de prevalência de doenças continuam sendo dos mais elevados do mundo.
Estes e outros indicadores parecem contraditórios com o rápido crescimento médio de cerca de 7% por ano e o elevado investimento estrangeiro por um período de uma década, com os investimentos em infra-estruturas de comunicações (de estradas principais e não das secundárias e vicinais). Assistiu-se a um ligeiro aumento da esperança de vida e do acesso a serviços básicos (educação, saúde, fontes de água, energia). A posse bens patrimoniais de pequeno valor (electrodomésticos, telemóveis, entre outros) cresceu.
O autor procura interpretar estas evoluções com base na análise das principais políticas públicas implementadas. Faz primeiramente uma análise do contexto. Apresenta o padrão dominante de crescimento e, juntamente com as políticas públicas e o contexto, procura encontrar as razões da evolução da pobreza e das desigualdades. O texto estuda as funcionalidades 1 (e desfuncionalidades) entre o crescimento económico a pobreza e as desigualdades.
O autor baseia-se nos dois últimos Inquéritos ao Orçamento das Famílias – IOFs 2008/2009 e 2014/2015. São feitas referências a alguns estudos sobre a pobreza em Moçambique, assim como os que se referem a temas relacionados (indicadores económicos e sociais, como, por exemplo, a segurança alimentar e nutrição, o investimento, o orçamento público, entre outros).